segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Era uma vez um gatinho preto que nunca soube como foi parar ali, numa rua fria e chuvosa. A chuva fria o transformava numa bolinha de pêlo encharcada. Seus olhos desesperados de medo olhavam para aqui e para ali, para aqueles sapatos que passavam ao redor dele; a princípio achou que algum deles poderia lhe ajudar.
- Saia da minha frente, seu gato sarnento!
E um chute, e outro chute, e um pisão no seu rabinho, e outro pisão numa de suas patinhas; e os sapatos, cada um com seu caminho traçado, definido, planejado, seguiam adiante como se nada tivesse acontecido. E o pequeno filhote, louco de dor, refugiou-se num canto numa parede.
- Miu! Miu! - ele miava baixinho, trêmulo, olhando a noite ao redor, procurando um pouco de calor, de carinho, ou pelo menos de um pouco de sentido para sua dor, para seu abandono. Então, tremendo, adormeceu, sozinho, em meio a poças sujas e frias...
Meses depois...
Um enorme e elegante gato preto desfilava pelos muros. Seus pêlos negros e sedosos eram lindos. A postura do gato era a perfeita personificação da arrogância; seu olhar extremamente frio era um mudo desafio e um mistério insondável; era o único gato da região que os meninos tinham medo de mexer. O gato simplesmente não fugia quando provocado. Ele se arrepiava em silêncio e esperava pelo momento certo de cravar suas garras na cara do oponente, fosse ele um moleque malcriado, ou um outro gato, uma velha ranzinza ou um cachorro.
Por falar em cachorro, naquela região havia um quintal de uma família feliz em que ultimamente o gato estava gostando de passear. E o motivo era inusitado: ali ele via uma cachorra pastora alemã ser bem cuidada por aquela família; todos os dias a família inteira brincava com a cachorra, e todos se divertiam, rolando pela grama do quintal. A cachorra, sempre com a língua de fora, latia feliz e pulava no peito de todos.

aluno:wagner

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